Missão Impossível?

Talvez.

Não só para Rita mas também para mim. Não digo que o começo foi apenas uma empolgação de um projeto novo, mas aos poucos fui percebendo a dificuldade de controlar os impulsos na hora de fazer compras...Logo também percebi que fica difícil relatar os acontecimentos aqui sem parecer muito monótono, uma vida sem cor, uma calça cor nude com uma blusa bege, um preto sem o branco ou o branco sem o preto...
Uma combinação perfeita de branco e preto.
"Mas vocês sabem que é difícil, né?"
"Sim, é díficil. Quer dizer que você não desistiu do projeto então?"
"Desis- NÃO, não desisti!"

Opa! Rita quase desistiu, mas quase que não. Hahaha! Se Rita não desiste, eu também não desisto de continuar a relatar aqui!
Mas nesses últimos dias, Rita parecia  ter desistido de sua meta de ficar, vou repetir de novo novamente mais uma vez, seis meses sem comprar.
Inclusive seu marido, sim aquele marido que nunca disse não à sua mulher quando vai ao shopping, percebeu que o projeto de Rita já não parecia existir mais. Ficamos um pouco perplexos, até que ele então sugeriu que pelo menos eu concluísse a tão breve história de Rita. Mas no fundinho eu achava que Rita não esqueceria assim e que ela ainda continuaria tentando.

"Também não é fácil mudar assim de um dia pro outro, né gente!"
Vixi, já percebi que agora a Rita vai querer provar pra gente que ela não é uma mulher fraca. Pois ela não é.

Mas não consigo esquecer a expressão de alívio na cara de Rita ao consumir algumas blusinhas novas. Para nós não parece que a melhor coisa do mundo é comer quando se está com fome? Ou fazer xixi quando se está muuuuuito apertada ou beber um refrigerante com bastante gelo naquele dia de calor? Creio que o sentimento deve ser o mesmo ou algo semelhante.

Antes eu estava um pouco desanimada pensando que eu não voltaria a escrever sobre as aventuras de Rita, mas creio que logo logo voltarei aqui para acrescentar alguns relatos do auto controle de Rita.

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Nascem as Ritinhas

Ai! O que foi isso?!
Devo ser sincera e dizer que perdi um pouco da motivação para continuar a escrever aqui. Então deixei muitas coisas acumularem, muitos acontecimentos e diálogos que serviriam como belos acompanhamentos do novo estilo de vida da Rita.

Por isso, este post será mais longo que os anteriores (não há tantos mesmo...) e colocarei algumas imagens que achei que seriam pertinentes aos acontecimentos. Creio que devo uma explicação para a escolha da imagem acima. Procurei "cara de surpresa" no Google images e gostei da expressão deste bebê. A cara de espanto/susto estampada em seu rosto representa um pouco do que esses últimos dias nos reservou.

Vá, vá! Um clique apenas...
Quinta-feira: Era véspera de uma semana desde que Rita decidiu não consumir (eu achei que já tinha passado um mês pelo menos!) e seus dedos começaram a coçar. As páginas de noticiários online não estavam mais atualizando tão rapidamente do jeito que gostaria. Em apenas um clique em sua lista de páginas favoritas, Rita começou a window shop...através do Internet Explorer em seu notebook. Posso concluir que foi uma paquera inocente, um encontro online com as novas roupas da próxima estação.

Sexta-feira: Neste dia descobri que o que Rita diz, Rita faz. Se Rita falou que pode comprar acessórios, Rita pode, vai e foi. 
" Um coletinho é um acessório, não é?"

Bem...quando se veste por cima de uma camiseta branca (eu gosto de camisetas brancas...) básica e um skinny jeans por exemplo, o colete se torna um acessório. Agora, se o colete for a única peça que se veste com um skinny jeans, já não é mais um acessório. Eu acho que a Rita optou pela segunda alternativa...

Sendo acessório ou não, tenho que dizer que esta foi a primeira compra de Rita. O colete voltou para casa em uma sacola de tamanho médio, não muito grandinho. Então foi uma compra, né? Pois brincos, anéis, etc são colocados em saquinhos pequenos, algumas vezes de veludo ou transparentes que logo se perdem em nossas bolsas e depois de um bom tempo lembramos que compramos algo aquele dia. Muitas vezes imaginamos que compramos uma peça, mas na verdade foi pura imaginação nossa quando imaginamos aquilo para completar um look com as outras peças de nossos armários. Sim, eu faço isso. Muitas vezes com peças que não tenho ou peças que eu sei que na verdade não teria coragem de usar mas acho bonito.

Por isso, Rita apelidou suas filhas de "Ritinhas."

Suas Ritinhas já não sabiam o que dizer. Elas não incentivaram a Rita a comprar nem a não comprar. Mas percebemos que estava ficando um pouco incomodada com este novo estilo de vida e então fui abandonando um pouco o blog aqui.
Mas prometo que continuarei a escrever com moderação...Veremos.

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Largo das Tentações

"Vamos lá dar uma passadinha no shopping para comprar o presentinho do aniversário do X?"

Uma breve passadinha não faz mal a ninguém, especialmente quando você tem um objetivo quando vai ao shopping. Ontem entramos rápidinho na primeira loja de brinquedos, compramos e...poderíamos voltar para casa, tirar as botas e agasalhos e adotar o visual bem despojado de ficar em casa. Jeito bonito de falar, apenas.
Mas já que estávamos lá, pagando estacionamento caro, andamos nas lojas paquerando muitas vitrines. Não mudaram muita coisa, nada de mais, mas tudo de menos, como peças fora de estoque e tamanhos de roupas sumindo. Porém, o foco de ontem a noite não foi calçados e roupas, mas sim jóias e bijuterias. Anéis, para ser exata. Quando se tem duas filhas mulheres, a mãe gosta de acompanhar os gostos e tendências, sempre expressando suas opiniões e assistindo as suas escolhas com muito bom gosto. Por isso, Rita ajudou sua filha primogênita a encontrar o anel que esteve idealizando desde o mês passado. Encontrou e comprou! Rita, determinada Rita, manteve-se em controle durante todo o processo. Sempre perguntávamos:

"Rita, não viu nada?" 

Piscava os olhos, olhava longe e falava claramente:

"Não."

Senti a determinação de Rita nessa única palavra, mas ao mesmo tempo senti a ansiedade dela de querer dar uma olhadinha naquele anel daquela loja ali da esquina, em frente à loja de pijamas. Durante o passeio, manteve seu pescoço sempre esticado, olhando as manequins vestindo os melhores looks da estação.
A sua filha primogênita, com o raciocínio sempre a frente de todos, lembrou:

"Mas Rita! Você estava de olho em um acessório! Isso você pode comprar! São roupas que não pode, não é?"

Ah é. Esqueci e isso me fez lembrar. Preciso escrever as regras que Rita decidiu seguir durante estes seis meses.

"Estou determinada. Acessórios eu posso, mas não quero não."

Eu sei que Rita está fazendo um esforço descomunal para resistir às tentações e obter tanta determinação. Ainda é estranho ver Rita comprar nada, até seu marido adota um ar de preocupado, mas nunca deixou de apoiar sua esposa.
Já está fazendo quase uma semana que Rita embarcou nesta missão de não comprar nada (roupas) durante seis meses. E Rita já resistiu às suas primeiras tentações.

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julho 2011-janeiro 2012

Era sexta-feira que Rita decidiu comprar mais nada. Absolutamente nada.
Mas como ela chegou a esta conclusão tão repentina? Nada mais como uma limpeza básica em seu guarda-roupa logo pela manhã. Esta simples mas tão difícil tarefa à obrigou a desenterrar suéteres, blusinhas com babado na manga, bata com babado na gola, sapatos de couro e oxfords que voltaram a estar na moda. E muito mais.
 Por isso, decidiu retirar seus sapatos antigos que não usava há anos (mas todos em perfeita condição, eu notei) e colocá-los em um lugar visível como lembrete de que já possui uma bota marrom de cano curto com o bico arredondado.

Acho que todas nós temos peças de roupas que vão se afundando no armário, assim ficando eternamente esquecidas. Depois chegamos em uma loja e pegamos uma peça semelhante ao que já temos no armário mas que simplesmente esquecemos de sua existência. Quem nunca já se apegou à uma blusinha cor creme só para ouvir,
"Mas parece com o que você já tem?" Pois é.
E foi nesta sexta-feira que Rita decidiu parar de consumir roupas e usar tudo o que ela já tem dentro e fora do armário (digo fora por causa de algumas peças que ou não cabem no guarda-roupa ou estão no varal secando ou esperando para serem passadas em um morro de camisetas, blusas, meias, cuecas...).
Mas a época em que Rita decidiu começar a sua nova jornada não à ajudou a dar os primeiros passos ao anti consumismo. Várias lojas entraram em liquidação por causa da nova coleção primavera-verão. 
Da mesma boca que saíram as palavras:
Não vou comprar mais nada até janeiro de 2012, também ouvi: Hoje foi o último dia para comprar porque é o primeiro dia de liquidação!
E tenho que concordar, não é fácil cortar o gasto tão repentinamente, pois é uma decisão que requer planejamento. Semelhante aos casos quando queremos cortar os doces e chocolates, tudo necessita de passos curtos e muita paciência.

Percebi que em São Paulo não há muito onde ir durante o dia nos finais de semana. Se for ao cinema, muitos cinemas estão localizados dentro de um shopping. Alguns restaurantes bons estão perto de um shopping ou em seu espaço gourmet. Os parques estão lotados e não há vaga para estacionar o carro. Então um destino comum para nós é o shopping center onde passeamos até nossos dedinhos do pé dizerem "chega!" Nada como um belo exercício para tonificar as pernas e paquerar as novas tendências, cores e cortes da próxima estação. 
Estou dizendo isso porque desde quando a Rita disse "chega," não comprou uma nova peça de roupa até domingo. Porém, confesso que eram peças de grande utilidade, peças básicas que permitem sobre posições interessantes.

Para finalizar este post, Rita conclui que:
"Ainda vai se sentir melhor, muito melhor" com sua decisão.
Ao acompanhar Rita neste período de desconforto, ansiedade, angústia ou (inserir qualquer outro sentimento aqui), estarei também aprendendo com este processo. Ora, também sou mulher e nesta sociedade não está fácil não gastar por aí em babados ali e laçinhos pra cá. 
Agora, vamos lá com muita determinação e com os olhos vendados para evitar as tentações. 

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